MUSEU DE ARQUEOLOGIA DE IEPÊ RECEBE ALUNOS DE PROJETO DA UNESP
Matéria: Departamento de Comunicação
27/09/2011
Alunos do CEPIDES
No sábado, dia 26 de setembro, o Museu de Arqueologia de Iepê (MAI) recebeu um grupo de ilustres visitantes da cidade de Presidente Prudente. Trata-se de um grupo de crianças, adolescentes e adultos com síndrome de Down, alunos do Centro de Promoção para a Inclusão Digital Escolar e Social (CEPIDES), que participam todos os sábados do Projeto “Síndrome de Down: inclusão cultural, memória e identidade”, desenvolvido pelo Laboratório de Arqueologia Guarani (LAG), da FCT/UNESP, de Presidente Prudente. O Projeto coordenado pela arqueóloga Dra. Neide Barrocá Faccio e pela Mestre em Arqueologia Juliana Aparecida. Rocha Luz é desenvolvido por Thiago de Moraes Passos e Paula Cabral, alunos do 3º ano de Geografia da FCT/UNESP, em parceria com as educadoras do CEPIDES.
A partir da criação desse projeto, o LAG, que desenvolve atividades de educação patrimonial, como palestras e oficinas que abordam as culturas indígenas do Estado de São Paulo, no período pré-colonial, estendeu suas atividades para as crianças que apresentam síndrome de Down, tendo como novo desafio incluir as pessoas que não dispõem da acessibilidade aos ambientes convencionais de educação, levando propostas metodológicas próprias para um desenvolvimento cognitivo e motor adequado às suas necessidades.
De acordo com um dos monitores do Projeto Thiago Moraes Passos “o objetivo desse trabalho é utilizar a Educação Patrimonial como ferramenta de inclusão social e, de forma lúdica, trabalhar valores de identidade cultural, pertencimento sociocultural, bem como inteirar as crianças com Síndrome de Down das populações pré-históricas da região, a fim de contribuir para formação de cada uma delas, enquanto cidadãs”.
Passos explica ainda que após várias reuniões com os responsáveis do CEPIDES, pensaram em adaptar algumas das atividades já desenvolvidas no LAG, no intuito de torná-las apropriadas às especificidades das crianças com a síndrome de Down. De início, foi preparada uma palestra curta sobre a importância do patrimônio, cultura, identidades, diferenças e pertencimento. O conteúdo das palestras foi adequado à faixa etária dos alunos, tendo caráter bem flexível. Em seguida, durante os encontros semanais foram desenvolvidas oficinas de Manufatura das Cerâmicas Guarani e de Arte Rupestre. Uma das próximas etapas será uma oficina teatral de mitos Guarani, onde os próprios alunos encenarão os papéis em um processo de aprendizagem das narrativas míticas dos povos Guarani.
Para que as crianças que participam do Projeto juntamente com seu pais pudessem ser apresentados à cultura material dos índios Guarani, o grupo realizou então uma visita ao Museu de Arqueologia de Iepê. De acordo com Passos “as crianças gostaram muito da visita, e os pais também puderam sair do Museu entendendo um pouco mais sobre a diversidade cultural, sem contar o tempo que passaram com seus filhos”. O monitor conclui dizendo: “E isso não tem preço!”.
Sem dúvida, a visita que propiciou momentos de aprendizagem, descobertas e identificação com as diferenças culturais, foi sobretudo um show de cidadania e respeito às diversidades, alicerces que compõem uma cultura de paz.